Educação

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FERNADA OLIVEIRA
MIRIAN ARAÚJO
QUÉSIA SANTANA
Trabalho de campo
1. INTRODUÇÃO
   Este trabalho consiste no relatório de pesquisa de campo, com o intuito de pesquisar uma instituição de ensino, neste caso a Escola Tempo de Criança que funciona em Salvador, para observar como é o trabalho especificamente com as crianças de 0 a 3 anos.
   Assim, tivermos a oportunidade de conhecer o funcionamento e ao seu trabalho, como a mesma é dirigida e quais são os critérios para que a instituição possa funcionar e contribuir para o desenvolvimento das crianças.
  Este trabalho tem como objetivo conhecer um pouco da identidade e princípios da instituição pesquisada dando enfoque as crianças de 0 a 3 anos.
3. CONSIDERAÇÕES
   Esta pesquisa propicia uma visão mais ampla da educação, pois tivermos a oportunidade de descobrir pontos imprescindíveis sobre o trabalhar com crianças de 0 a 3 anos, sendo baseada em um ensino com qualidade e seriedade, visando à inserção do indivíduo na sociedade, dando a oportunidade de mostrar o que aprendeu ao longo da sua trajetória escolar.
   Devera a educação infantil é como uma semente que com certeza será uma colheita abundante amanhã. Pois para nós futuros pedagogos (as), a educação é o meio pelo qual algum dia terá finalmente o fim da violência, desigualdade social.
   Sabemos que a educação por si só não conseguirá transformar o mundo, mais é o inicio para que o indivíduo perceba e descubra que esta sim é uma base fundamental para o seu crescimento em todos os aspectos, viabilizando oportunidades, e formando cidadãos cada vez mais consciente de direitos e deveres e que através destas que deixaremos de lado essa utopia, que somos simplesmente analfabetos funcionais, que somos dominados por tudo que a mídia diz, ou o que alguém fala, mas sim uma educação que visa o aluno integralmente, desde seu histórico social, e do seu conhecimento prévio, até sua preparação para uma sociedade desigual.
   Concluímos que a educação infantil é a base da vida, e podemos perceber isto na forma de olhar de se expressar, no sorriso em uma gota de lágrima, nos primeiros passos, nas primeiras palavras, ao cair, ao se levantar, e como é gratificante sermos participante  da formação dessas crianças e conduzi-las para um futuro melhor.
2. A PESQUISA
  Este trabalho em campo é uma oportunidade de se desenvolver o exercício da criticidade e reflexão acerca da Organização e Práticas Educativas em Creche.
    A instituição funciona no turno matutino e vespertino com a educação infantil, visto que a educação infantil visa desenvolver integralmente a criança nos seus aspectos físicos, psicologia intelectual e social e além de oferece atividades lúdicas, acompanhamento permanente e educação básica.
Nessa perspectiva entrevistamos uma educadora  com as seguintes questões:
2.1 Qual a sua formação nesta área.
Sou Pedagoga
2.2 Há quanto tempo está atuando na área da educação?
Há 4 anos
2.3 E na educação infantil, mais especificamente na creche?
Há 2 anos
2.4.          O que se entende por criança e como esta é vista?
   Criança é um ser lindo, que aprende a todo instante e com todos que lhe cercam, por isso precisa de um ambiente de suas capacidades e amplie suas possibilidades.

2.5. E por educação infantil, mais especificamente na creche?
   O ensino infantil é o âmbito da educação mais importante na formação básica do sujeito. Nessa fase é onde a criança constrói conceitos básicos e fundamentos que permearão todo seu desenvolvimento.
   Por isso, a escola ou creche deve aliar cuidados e educação, envolvendo a criança numa atmosfera afetiva, para que esta se sinta segura e amada o que é fundamental para um desenvolvimento saudável.
2.6.Na sua concepção qual a função pedagógica e social da creche?
   Cuidar e educar crianças cujos pais que por algum impedimento não podem participar do dia-a-dia, visando proporcionar a essas crianças desenvolvimento dos aspectos, motores, sociais, cognitivos e afetivos.
2.7.Como é realizado o seu trabalho com as crianças de 0 a 3 anos?
   O aspecto psicomotor é o que nós mais trabalhamos, pois nessa fase é através do corpo que as crianças conhecem o mundo. o esquema corporal precisa ser construído em sua totalidade, por isso oferecemos atividades diárias para que esse esquema se desenvolva e a criança possa lidar com seu corpo com muita autonomia e desse modo interaja melhor com os objetos e com seus colegas desenvolvendo sua socialização.
2.8.Quais os matérias didáticos utilizados para o trabalho com as crianças?
   Trabalhamos com bolas, bonecas, tapetes, almofadas, brinquedos de encaixe, sucata, etc. matérias que eles possam manipular livremente ou sob supervisão que desenvolva o jogo simbólico e sua motricidade. O suporte de papel é utilizado principalmente para fazer arte onde eles pintam com anilina comestível e pode explorar o material reconhecendo suas propriedades físicas inclusive colocando na boca, pois é um material inofensivo ao corpo humano
2.9.Qual a rotina da sua turma?
Rotina: chegada: brinquedos livres - 07h30min h
·        Parque de areia
·         Higienização das mãos
·        1º roda projeto
·         Lanche
·         Ante higiene\ troca de fraldas
·         2º roda: psicomotricidade
·         Parque de grama
·         Massinha
·         Historia ou teatro
Crianças em período
·        Almoço
·         Descanso – sala de vídeo
·         Escovação
·         Parque de areia
·         Brinquedo. livre
·         Atividade de psicomotricidade
·         Banho
·         Parque de grama
·         Massinha
·         História
·         Saída – 18h10min
3.10.Quais são os principais cuidados que é necessário ter com as crianças de 0 a 3 anos?
   Como eles estão numa fase de exploração do mundo que ocorre principalmente pelas mãos e boca, é necessário ter cuidado com matérias utilizados para que não sejam muito pequenos para que eles não engulam e atóxicos para que não provoque alergias ou intoxicações.
  A troca de fraldas também deve acontecer várias vezes para que a pele sensível das
 crianças não fique irritado.
   O outro importante cuidado é com relação à ingestão de líquidos. Deve-se oferecer água e suco para elas constantemente, a fim de que não se desidrate.
   O horário de sono é particular a cada criança, não se deve impor horário p/ dormir ou
acordar.
2.11.Na sua turma, há alguma criança especial?Qual sua necessidade especial?
Não
2.12.Fale um pouco desta experiência.
   Ser professora de educação infantil é um presente para mim. a cada descoberta a cada sorriso de uma criança adaptada a escola e socializando bem, sinto-me gratificada impulsionada a ser cada vez melhor para os “ pequenos “ contribuindo para o seu desenvolvimento e marcando positivamente essa linda fase de suas vidas.
2.13.Observações dos (as) alunos (as) quanto à visita.
   Ao ir à creche Tempo de Criança podemos observar que o dia todo, as crianças estão sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar e que dentre as atividades desenvolvidas na creche estão: higiene corporal, bucal e ambiental; orientações psicopedagógicas; recreação e prática de esportes; elementos essências, pois é brincando que as crianças expressam sua criatividade imaginação, assim a criança tem a oportunidade de viver e conviver com uns coleginhas diferentes, através do brincar, de conversar em um ambiente social de aceitação, de confiança, de contato corporal.
  Compreendermos que a creche é também um espaço onde os pais precisam deixar seus filhos, para que, com tranqüilidade, possam realizar outras atividades da vida adulta. Analisamos também que a mesma cumprir essas funções, pois é bem organizada; tem planejamento, tem objetivos claros e adequados às necessidades das crianças. Além de ter uma proposta pedagógica elaborada a partir das características concretas de cada realidade, privilegiando o ser-criança, a ludicidade e o prazer de conhecer e aprender.
   Prever momentos diferenciados na rotina diária, como o horário da chegada, a alimentação, a higiene, o repouso, os jogos e brincadeiras, a exploração de materiais gráficos e plásticos, os livros de história, as atividades coordenadas pelos pedagogos, entre outros.
    Esta pesquisa de campo foi fundamental para conhecer na prática o que só aprendermos na teoria e como é realmente um trabalho especifico de creche.


                              QUESTÕES RACIAIS 
INTRODUÇÃO
Uma das discussões em pauta na sociedade brasileira é a que diz respeitos a questão racial. Será que ela tem sido bem aceita no convívio social devido a sua complexidade? Porque a mesma não se prende a um só aspecto. Mas todavia esta inserida em todos os níveis sociais do país. Abordagem dessa questão é respeitada de forma igual?Já que esse tema tem uma diversidade tão ampla. Entretanto  ao mesmo tempo que e pensado a sua diversidade e sua complexidade fica claro o questionamento se há coexistência das diferenças ou a reprodução de padrões culturais. Não se esquecendo que o etnocentrismo é de suma importância para o entendimento desta questão.
Estudos  Culturais

Primeiramente a palavra raça no seu contexto geral ela foi criada para nomear categoria e espécie. Porém passar depois a qualificar pessoas a partir da renascença. No âmbito político ela se opõe a biologia. Os tempos se passam mais o debate sobre a questão racial é um assunto que interessa todos os povos. Já que mesma faz parte do convívio social, sendo que cada vez mais fica notória a existência de uma grande mescla de culturas e etnias no meio da vida humana. Devido a sua complexidade em muitos locais de trabalhos e outros ambientes as pessoas tiveram que se adequar a essa diversidade para atingir as metas independentes das suas diferenças.  Pois para as empresas e outras repartições esta pluralidade de idéias em confronto traz o um enriquecimento cultural e financeiro incalculável. Infelizmente a forma de abordagem da questão racial ainda não tem sido respeitada de maneira satisfatória, observando que a sociedade por si só ela já trabalha no processo de exclusão. Visto que ela estabelece critérios de superioridade e inferioridade trazendo a evidência o conceito de meu grupo e o grupo do outro. Entendido com o melhor ou como pior. Baseado na leitura etnocêntrica dos processos históricos que justificam a dominação de um povo em relação a outra. “Isso pode ser exemplificada e legitimada na colonização das Américas, Asias, Áfricas, no imperialismo nazista alemão com suas teorias da” raça ariana “e outras mais”.
Contudo não pode deixar de falar que o governo brasileiro tem de certa forma tem implementada medidas pra tentar amenizar ou até compensar os estragos com projetos como cotas pra os negros nas universidades, cotam de mulheres na política etc. mais isso não é o bastante.
Não tão obstante desta realidade é comum as pessoas julgar as outras pelas suas aparências física e julgar  que elas revelará toda suas origens. Ao analisar a diversidade e a complexidade do tema percebe que existe a coexistência  com as diferenças. Porque ela faz parte da vida uma humana e as pessoas influenciam e são influenciadas pelo meio em que vivem. Pois em todas as situações as pessoas querendo ou não faz se necessário à adaptação.
CONCLUSÃO
            A partir do entendimento da importância da questão racial na sociedade tomando por base que etnocentrismo estabelece hierarquias que sustentam  valores discriminatórios. Pode se dizer  que a sociedade atual tem muitos que aprender. Pois fica claro que as diversidade de cultura sejam em qualquer âmbito é de extrema importância pra o conhecimento e reconhecimento de outros povos. Sendo que a diversidade cultural ou racial vai além da visão humana,partindo da idéia que muitas vezes ela esta escondida, e a identidade cultural de uma pessoa é tão importante como a sua identidade étnica. Considerando  que o respeito de outros costumes,por mais estranhos que possa parecer, é uma grande arma para o combate de possíveis constrangimentos e discriminações. Já quer tentar entender outras culturas é compreender que os indivíduos não são iguais, porque não existe uma única cultura. Portanto respeitar  essas diferencias de valores e costumes e opiniões, maneiras de viver  e olhar o mundo  é que nos torna mais atraentes.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ANTUNES, Arnaldo; JOR, Jorge Bem. Cabelo. São Paulo: BMG,1990. Digital, estéreo.
D`ADESK , Jacques. Pluralismo étnicos e multiculturalismo: racismo e anti-racismo no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2001.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Classes,raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2001.
ANTUNES, Arnaldo; JOR, Jorge Bem. Cabelo. São Paulo: BMG,1990. Digital, estéreo.
GÓMEZ, A. I. Pérez. A  cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed, 2001.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: DP&A, 2001 
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                                 UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

                                                                 FERNANDA OLIVEIRA
MARIA HELENA PARRACHO
MARIANE OLIVEIRA
MIRIAN ARAÚJO
QUÉSIA SANTANA
RENATA PARAÍSO
SANDRA AVELAR
RELATÓRIO DA ATIVIDADE DE CAMPO
TRABALHO INTERDISCIPLINAR DO 3ª SEMESTRE
Apresentação

O presente trabalho interdisciplinar, realizado pelas discentes do 3ª semestre do curso de Pedagogia da União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME), refere-se ao relatório baseado no tema Autonomia, construído a partir de pesquisas bibliográficas e de campo, sendo esta última, implementada na creche Municipal Deputado Paulo Jackson localizada no Centro de Apoio Integral à Criança (CAIC), situado na comunidade de Pouso Alegre, Itinga, Lauro de Freitas – Bahia. Caracterizada como uma instituição pública encontra-se subsidiada pelas Secretarias de Educação e de Desenvolvimento Social, ambas do Município de Lauro de Freitas que viabilizaram a implantação e funcionamento da creche para crianças da faixa etária de zero a três anos, em uma comunidade carente onde até o atendimento às necessidades básicas é restrito, tornando-se assim, fundamental a existência de tal instituição na região.
A motivação para tal pesquisa está baseada na importância do papel da creche para o desenvolvimento da identidade e autonomia das crianças, em especial de zero a dois anos, através de práticas pedagógicas que estimulem a capacidade de aprendizagem, assimilação de valores éticos e morais cultivados através de uma educação que privilegia a liberdade do ser, em um ambiente democrático e constituído por relações de respeito mútuo e cooperação.
Este relatório descreve o resultado da pesquisa, baseada em observação e entrevistas, tendo como foco principal, a criança, que é capaz de planejar e controlar suas ações para alcançar um objetivo, uma vez que ela já dispõe de competências cognitivas, lingüísticas e motoras adequadas à sua autonomia.
Com isso, pretendemos contribuir para ampliar as estratégias utilizadas pelos professores em sala de aula no que se refere ao desenvolvimento da autonomia das crianças e também na formação de futuras educadoras, para que possam adquirir uma visão mais ampla da importância das atividades que desenvolvem a identidade e a autonomia nos alunos.

Introdução

Etimologicamente, autonomia deriva do grego auto – por si só- mais nomós – lei - e que quer dizer faculdade de se governar por si mesmo, emancipação, liberação moral ou intelectual.
Fala-se em autonomia em relação ao fazer: dir-se-á de umas crianças que amarram sozinha os sapatos que são autônomos para essa ação, também em relação ao pensar: a criança autônoma pensar por si só, refleti com seus próprios meios, inventar idéias e teorias.
Para Fonzi(2001.P.252) antes de alcançar a autonomia, a criança adquire várias habilidades motoras como a marcha,ficar em pé na posição ereta,movimentar-se.subir,correr,mas muitas conquistas no campo da motricidades fina estão em amadurecimento como abotoar-se e amarrar os sapatos.
Sabemos que esta conquista é lenta e cheias de tentativas foi umas das habilidades a qual observamos em algumas crianças de 2 anos sendo essa autonomia crescente  a cada dia umas desenvolvem mais rápido e outras mais lenta.
Segundo Kant (1997) autonomia está associada aos princípios da razão humana, onde esta é o fundamento da liberdade e do exercício que está inseparável do conceito de moral, ainda para Kant, o indivíduo livre é aquele que atinge a razão autônoma, objetivo da educação, mediante um trabalho de ação e reflexão a partir das experiências interativas que cada criança vivencia no seu dia-a-dia. 
Na perspectiva piagetiana, o individuo pode ser moralmente autônoma aquela que, no seu juízo, baseia-se nos princípios de igualdade, da equidade, da reciprocidade e do respeito mútuo.
A creche, de acordo com o Referencial Curricular Nacional (1998), é uma instituição onde se deve criar um ambiente de acolhimento que dê segurança e confiança às crianças, garantindo oportunidades para que sejam capazes de realizar escolhas e de se autogovernar.  Um ambiente para cuidar e educar, onde atividades são planejadas de forma lúdica e prazerosa, pensadas de modo equilibrado entre atividades dirigidas, com o propósito de desenvolver competências constantes do currículo e ainda momentos em que a criança possa decidir o que fazer, trabalhando assim sua responsabilidade e autonomia.
A educação infantil desempenha um papel importante na formação do indivíduo, preparando-o para vida em sociedade e para o exercício da cidadania. Segundo Freire (2000), a cidadania é a consciência de si e de seu papel no mundo para transformá-lo. Mais do que um espaço destinado ao ensino-aprendizagem, ela influencia de forma decisiva na formação ética e moral do indivíduo, valores que são a base para a construção da identidade e autonomia.
Segundo Zabalza (1998), alguns dos aspectos básicos para uma educação infantil de qualidade são: a organização de espaços amplos e especializados, um equilíbrio entre a iniciativa do aluno e o trabalho dirigido, uma atenção privilegiada aos aspectos emocionais, a utilização de uma linguagem rica, atividades diversificadas que desenvolvam todas as capacidades, criação de rotinas estáveis, utilização de materiais diversificados e polivalentes, atenção individualizada a cada criança, sistemas de avaliação do grupo e individual, trabalhos com as famílias dos alunos.
O professor deve atuar como organizador condutor e avaliador do processo de ensino-aprendizagem, ciente do seu papel como facilitador da construção da autonomia, respeitando a individualidade, a curiosidade, a inquietude seus alunos. 

Desenvolvimento

Diante das reflexões feitas sobre a temática autonomia,  tão importante para o desenvolvimento da criança, faz-se necessário descrever a creche visitada na qual desenvolvemos atividades objetivando contribuir para a formação de crianças autônomas.
Embora a instituição tenha sido inaugurada em 25 de setembro de 1996, o seu pleno funcionamento só ocorreu em 29 de julho de 2005, na gestão da Prefeita Moema Gramacho. O horário de funcionamento é de segunda-feira à sexta-feira no período das 7h30min às 17h, são 200 dias letivos, jornada mínima de oito horas diárias, portanto, além das atividades pedagógicas, recreativas e livres há a realização de cinco refeições diárias – café da manhã, colação, almoço, merenda e jantar. O calendário escolar prevê as atividades do corpo docente que é instituído por nove professoras e oito auxiliares e cento e oitenta discentes, integrando-o ao seu Projeto Político Pedagógico desenvolvido pelas gestoras Sra. Jane Dalva dos Santos Moreira e Sra. Maria Auxiliadora de Souza Freitas e a coordenadora pedagógica Sra. Jaciara Cerqueira Pires no qual constam os projetos permanentes como a construção da autonomia, projeto de saúde bucal, projeto de Geração de Renda e Assistência Social.
A creche está organizada estruturalmente em dois níveis: Administrativo, que assegura a gestão de recursos humanos e materiais,  representado pela Direção e Vice-Direção, Supervisão Administrativa, Serviço Social e Serviços Gerais e, o Pedagógico, assegurado por professores e auxiliares de classes, havendo relações de interdependência, de acordo com as disposições regimentais.
A equipe esteve presente na creche em três momentos distintos: dia 05 de novembro, das 14:00 às 16:00h, dividiu-se entre entrevista, com a diretora Jane Dalva e observação dos Grupos Dois e Três, e ainda o reconhecimento da estrutura da creche; no dia 12 de novembro das 14:00 às 16:00h, a equipe se concentrou na observação da rotina das crianças, acompanhando o Grupo Dois da Professora Márcia; no dia 19 de novembro, das 14:00 às 15:00h a equipe verificou se concentrou da sala do Grupo Dois da Professora Rizo, averiguando as necessidades da turma e buscando um espaço alternativo, na própria creche,  para a execução da culminância do trabalho.
Na observação do Grupo Dois, a equipe pode acompanhar diversas atividades da rotina que desenvolvem a autonomia promovendo as capacidades afetivas e de equilíbrio pessoal, cognitivas, lingüísticas, motoras, de relações interpessoais e de atuação e inserção social,  e ainda,  atividades que proporcionam o desenvolvimento de hábitos e atitudes, como  a rotina com a chegada, acolhimento, café da manha, atividades diversificadas, colação, atividade calma, banho, almoço, escovação de dentes, merenda, asseio e jantar e saída.
Segundo Wallon, (1959, p 257),  “(...) não pode haver identificação do próprio corpo sem identificação simultânea dos objetos exteriores”, o domínio e firmeza dos movimentos e o desenvolvimento corporal dessas crianças de apenas dois anos, é impressionante, toda a rotina é desenvolvida proporcionando a eles expressar suas habilidades. O domínio do próprio corpo é uma característica importante para a sobrevivência da criança, ainda segundo Wallon, (1959, p. 252) “(...) um elemento base indispensável à criança para a formação da sua personalidade é a representação mais ou menos específica e diferenciada que tem do seu próprio corpo”.
Na rotina vespertina, ao acordar ou serem acordados, as crianças pegam seus próprios colchões e lençóis e guardam no armário, demonstrando verdadeira autonomia na sua atitude e gestual. São distribuídos os pratos para o lanche em uma vasilha e cada aluno pega sua fruta e come sozinho. Depois, os pratos são colocados, por eles mesmos,  numa vasilha para serem recolhidos.
Ao levantar para calçar os sapatos sem a ajuda da professora, os alunos empurram suas cadeiras deixando-as encaixadas nas mesinhas. A mesma desenvoltura pode ser observada quando eles utilizam o banheiro, elas vão sozinhas, tiram suas roupas e guardam nas mochilas, também sem a ajuda de nenhum profissional. Enquanto a auxiliar penteia os cabelos das crianças, a professora distribui as escovas de dente com pasta para cada um, que se dirigem mais uma vez a sós, para o banheiro. A hora da refeição também demonstra o trabalho da autonomia, muitos comem sozinhos guardam seus pratos no recipiente apropriado  e se encaminham para a aguardar a hora da saída.
Refletimos que o papel do educador em qualquer contexto deve ser o de promover a autonomia nas crianças, logo Demo (1995), acrescenta que “(...) cabe auxiliar o aluno a libertar-se, aprendendo a reconhecer-se como sujeito de direitos e deveres”, com essa atitude, a criança se desenvolve de forma plena e responsável.
Até mesmo pela idade do grupo, e o grande número de crianças alocadas em cada sala, verificamos um caráter mais assistencialista do que pedagógico embora, algumas atividades sejam feitas para que elas reconheçam letras e números.
Ressaltamos ainda, o papel decisivo do meio social na construção do “eu” infantil, afirmando serem as relações sociais que a criança mantém com sua família e na escola imprescindíveis para sua autonomia e a apropriação da leitura e letramento escolar, pois, construindo o conhecimento, a criança constituirá sua personalidade e desenvolverá sua autonomia perante os problemas do dia-a-dia.
Podemos dizer que a instituição entende que a educação se realiza em todos os momentos, em vários lugares, dentro e fora da escola e que influencia na formação de cada ser humano e conseqüentemente da sociedade, neste sentido, é que percebemos que a proposta pedagógica está fincada no processo de construção do sujeito e que este indivíduo é capaz de aprender e ter atitudes responsáveis que possibilitem relacionar-se com o outro a partir do respeito às diferenças individuais e sendo construtor e construído do seu mundo na medida em que, lida com o conhecimento de forma dinâmica e intensa logo, podemos atestar que a Creche trabalha com princípios fundamentais para a formação humana baseado nos quatro pilares da UNESCO – aprender a ser, aprender a conviver juntos, aprender a fazer e a conhecer.
O CAIC trabalha com a autonomia dos alunos em vários aspectos e em vários momentos como iremos abordar a seguir, como por exemplo, fazendo com que cada criança aprenda a ter responsabilidades, a desenvolver o senso de argumentação, a buscar a resolução de situações-problema e a aquisição da opinião própria.
Conclusão

A observação é uma oportunidade de desenvolvermos o exercício da criatividade e reflexão acerca da gestão escolar e do projeto político pedagógico à medida que estudamos e desenvolvemos o pensamento crítico sobre os saberes docentes, conhecendo também instrumentos e objetivos da organização do trabalho escolar..

                                            REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial curricular
nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.

ZABALZA, M. A. Os Dez aspectos-chave de uma educação infantil de qualidade. In: ______. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998. p.49-54.


                                                            ANEXO I

ACÕES PREVISTAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA SALA TEMÁTICA

Objetivo das atividades da sala temática:
Possibilitar que as crianças brinquem livremente, expressando seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, agindo de maneira autônoma.

Abertura dos trabalhos:
Recepcionar os alunos em uma roda no centro da sala com as boas vindas. Estimular que todos falem seus nomes começando pelos professores, após o que se deve  realizar uma atividade corporal. Explicar as atividades propostas para a tarde e enfatizar que eles deverão escolher as atividades que desejam participar, a escolha é uma ferramenta importante para desenvolver autonomia. A sala será organizada com os seguintes “Cantinhos Temáticos”:

Cantinho da Leitura:
Um espaço aconchegante com tapete, almofadas, livros onde duas estagiárias estarão desenvolvendo a “contação de histórias”, de maneira bem dinâmica buscando sempre a participação dos alunos, que também serão estimulados a manipular os livros e inventar suas histórias.

Cantinho da pintura:
Este espaço será preparado com folhas de papel metro, tinta dedo e muita criatividade para as crianças produzirem seus desenhos livremente cada uma com sua percepção de mundo.

Cantinho da Fantasia:
Neste cantinho, em frente ao espelho, as crianças poderão escolher entre máscaras com motivos diversos ou pintura de rosto para comporem seus personagens.

Cantinho dos jogos e brincadeiras:
Jogos de dados, amarelinha, boliche, memória entre outros que objetivam estimular as crianças a resolver problemas. A estagiária irá propor atividades que busquem desenvolver de forma lúdica, além da autonomia, a coordenação motora, a percepção cognitiva.     
       
A dinâmica do desenvolvimento da sala temática partirá da divisão do grupo em quatro subgrupos de sete crianças aproximadamente levando em conta, na medida do possível, as suas escolhas. Cada subgrupo será encaminhado para um cantinho temático para o inicio das atividades. Cada  estagiária responsável por um cantinho temático irá desenvolver as atividades propostas com o subgrupo durante um período de 25 minutos, após o que, haverá um rodízio e assim sucessivamente até que todas as crianças passem por todos os cantinhos.
O tempo estimado para  toda a atividade é de aproximadamente 2 horas, das 14:00 às 16:00h.
A avaliação será realizada durante todo o processo, desde a apresentação até o encerramento, as estagiárias observarão a atitudes que demonstrem que os pequeninos estão desenvolvendo sua autonomia.

    Creche


A creche foi criada em 1844 na frança, muito depois da criação da escola para crianças mais velha. O seu objetivo, naquele tempo, era estritamente assistencialista já que a mortalidade infantil era muito grande. A expansão da creche através do mundo se deu após os avanços científicos que permitiram  amamentação artificial.
No Brasil a creche chegou à década de 1870 e apesar da idéia sempre estar vinculada a educação, na pratica, as creches funcionavam como depósitos, de crianças de família pobres, onde as mães precisavam trabalhar
A administração das creches sempre esteve vinculada as questões de saúde e bem estar, somente em 1967 as creches passaram a fazer parte do currículo do ministério da educação.
Na década de 1980 a luta por creches e pré-escola publica de qualidade se confundia com a luta por uma transformação social. O grande aumento do ingresso de mulheres mais pobres e de classes média em busca por vagas para crianças de 0 a6 anos e a educação formal para crianças nesta faixa etária foi ganhando legitimidade.
Ainda na década de1980, houve uma grande polemica entre cuidar e educar dentro das creches, como se o simples fato de cuidar da criança inferiorizasse o trabalho do educador. Por conta disso, ainda hoje nos deparamos com professores que se recusam a trocar fraldas, dar banho, comida, etc... Essas idéias foram repetidas na década de 1990 onde o cuidar e o educar começam a ser visto como fazeres inseparáveis na educação infantil.
Nessa década, mais precisamente em 1996, com a promulgação da LDB 9394/96, a educação para crianças de 0 a6 anos passa a fazer parte do sistema educacional brasileiro como primeira parte da educação básica.
Muito ainda precisa ser avançado para se colocar em prática a verdadeira educação para crianças nessa faixa etária, porem com as leis e os recursos necessários as creches é hoje um direito legitimo do cidadão brasileiro.

v     Formação pessoal e social refere-se às experiências que favorecem, prioritariamente, a construção do sujeito. Está organizado de forma a explicitar as complexas questões que envolvem o desenvolvimento de capacidade de natureza global e afetiva das crianças e seus esquemas simbólicos de interação com o outro e com o meio e já no âmbito de conhecimento de mundo refere-se á construção das diferentes linguagens pelas crianças e as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento.
v     Identidade e autonomia
O desenvolvimento da identidade e autonomia está intimamente relacionado com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a  ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para  que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizada e aproveitadas, para o enriquecimento de si próprio.
Isto pode ocorrer nas instituições da educação infantil que se constituem, por excelência, em espaço de socialização, pois propiciam o contato, e o confronto com adulto e crianças de várias origens socioculturais de diferentes religiões e etnias costumes, hábitos e valores.



v     Linguagem
Desde o nascimento, os bebês emitem sons, eles riem, choram e emitem sons que parecem com a fala. Tanto Piaget quanto Vygotsky trabalham com a linguagem, porém com concepções diferentes. Para Piaget a linguagem se dá de dentro para fora, já Vygotsky defende que esse processo se dá de fora para dentro.Para Piaget só existem duas categorias de linguagem:
A linguagem não comunicativa ou egocêntrica, dividida em:Repetição; Monólogo;Monólogo a dois, ou seja, coletivo.A linguagem comunicativa ou socializadora.A criança nasce no meio falante e   se apropria desta língua.Para aprender uma língua, os bebês precisam aprender a distinguir os sons básicos da fala:Fonemas, sons únicos que podem ser unidos para formar palavras, o são os blocos básicos construtores da linguagem;O primeiro passo para concepção da fala é ouvir fonemas individuais;Sílabas, para distinção das palavras a acentuação tônica é uma pista importante as crianças repetem sempre a sílaba, mais forte As crianças não entendem o significado das palavras, apenas reconhecem.Na fala dirigida ao bebê, os adultos falam devagar e com alterações exageradas de altura e volume, isso ajuda-os a perceber os sons que são fundamentais para a sua língua. 2 meses – arrulho:Sons vocálicos como: “ooooooooo” ou “ahhhhh”5 ou 6 meses – balbucio:Sons semelhantes à fala, mas sem significado: “bá” ou “dá”7 ou 8 meses - balbucio com entonação:padrão de altura crescente ou decrescente Crianças surdas “balbuciam” na linguagem de sinais.Mamã” e “Papá” são as prováveis primeiras palavras e ainda outras como: animais, comida e brinquedos;Os bebês entendem que as palavras são símbolos;Os gestos são símbolos que as crianças usam para se comunicar; Gestos e palavras refletem a habilidadecrescente da criança de utilizar símbolos para representar ações e objetos.Mapeamento rápido é a habilidade das crianças de ligar novas palavras a referentes, de modo tão rápido que podem não estar considerando todos os possíveis significados para a nova palavra. As estratégias utilizadas pelas crianças para o mapeamento rápido são:Atenção simultânea;Restrições aplicadas aos nomes;Pistas encontradas nas frases;Erros de denominação:Subextensão: definir uma palavra de forma muito estreita;Superextensão: definir uma palavra de forma muito ampla.Estilo referencial: seus vocabulários consistem sobretudo em palavras que nomeiam objetos, pessoas ou ações;Estilo expressivo: seus vocabulários incluem muitas frases sociais que são utilizadas como uma única palavra, como “vá embora”, “o que você quer” e “eu quero”;a linguagem é sobretudo uma ferramenta intelectual, para as crianças referenciais e uma ferramenta social para as crianças expressivas;a maioria das crianças funde os dois estilos de aprendizado de linguagem.
v     Esquemas: estruturas psicológicas que organizam a experiência;
Assimilação: incorporação de novas experiências aos esquemas existentes;
Acomodação: modificação dos esquemas em função da experiência;
Equilibração: reorganização dos esquemas para retornar ao estado de equilíbrio.
Por volta dos 3 a 4 meses os bebês já aprenderam que os objetos se movem ao longo de caminhos ligados, contínuos e que não se movem “através” de outros objetos;
v     A concepção inatista traz a idéia de que o desenvolvimento humano é determinado basicamente por fatores biológicos. Parte do pressuposto de que os eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais e /ou importantes para o desenvolvimento. Já a visão ambientalista traz a plasticidade do ser humano de se adaptar a diferentes condições de existência, aprendendo novos comportamentos, desde que existam certas condições favoráveis.
v     Na concepção sócio-interacionista as crianças dependem do outro ser humano, uma vez que esta não está pronta ao nascer, de forma que adquire maturidade em contato com o meio. O adulto assume importante pápeis no desenvolvimento dessas crianças, sendo que todos os seus atos se refletirão diretamente sobre elas.
v     Interacionista defende que o processo de desenvolvimento da criança depende do ambiente e do seu biológico, pois, os dois elementos não podem ser separados, A criança está sempre em contato com o meio gerando mudanças em si e no mundo a partir de experiências adquiridas com os outros indivíduos ou dos seus padrões inatos.